Um estudo liderado por investigadores da Universidade de Toronto destacou os danos nas células dentárias que podem ser causados por agentes comuns de branqueamento dentário. Em comunicado, a universidade revela que a investigação tentou perceber os danos causados pela utilização de produtos com peróxido de carbamida.
Os investigadores descobriram que a aplicação recomendada de apenas 10% de gel de peróxido de carbamida reduz o teor das proteínas derivadas da matriz de esmalte até 50%.
O estudo verificou ainda que essa perda resultou numa maior penetração do agente de branqueamento dentro do dente e pode levar a um aumento da mortalidade das células da polpa dentária. Nas concentrações de peróxido de carbamida em torno de 35%, os investigadores descobriram que as células da polpa dentária não sobreviveram à exposição.
“Muitos produtos de branqueamento dentário para uso doméstico têm uma concentração elevada de gel de peróxido – por exemplo, 35%– e, no entanto, pouco se sabe sobre os seus efeitos no interior dos nossos dentes”, disse o investigador principal Laurent Bozec.
“Acreditamos que este é o primeiro estudo do género a mostrar os efeitos tóxicos da utilização de um agente de branqueamento dentário. A nossa esperança é que as pessoas optem por uma menor concentração de peróxido se decidirem usar um produto deste tipo, pois são muito menos prejudiciais para os seus dentes”, explica.
Embora a utilização de uma menor concentração de peróxido – como cinco %– seja menos prejudicial para as células dentárias, os consumidores optam frequentemente por altas concentrações de peróxido para ver um efeito de branqueamento imediato dos dentes.
O estudo mostra a necessidade de um compromisso entre as concentrações de peróxido utilizadas, o tempo de exposição, os resultados desejados do paciente e os efeitos secundários experimentados.
“Existe o potencial de usar um agente livre de peróxidos ou com libertação de peróxido controlada que não cause os mesmos danos”, explica o investigador. “Acredito que é o futuro do branqueamento dentário.”
A investigação foi publicada na revista científica Nature Scientific Reports.