“O futuro da profissão está muito comprometido, porque emigrar deixou de ser tanto uma opção e cada vez mais uma obrigação”, considerou a vogal do Conselho Diretivo da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Mónica Pereira Lourenço. As declarações surgiram à saída de um debate sobre “Emigração: opção ou obrigação”, promovido durante o 31º Congresso da OMD.
A também moderadora do debate declarou que estão a “ser formados médicos dentistas para serem “exportados”, em entrevista à OMDtv.
Na sessão, a também coordenadora do pelouro dos Jovens, apresentou alguns números que preocupam os profissionais mais novos. Existem atualmente 12 235 médicos dentistas com inscrição ativa na Ordem e mais 3 840 estudantes em formação, num País que “apenas precisa de 5 300” profissionais, pois “segundo os números da OMS, este seria o rácio adequado”.
Mónica Pereira Lourenço apresentou ainda alguns dos principais resultados do estudo Diagnóstico à Profissão, que será publicado em breve, nomeadamente o facto de 6,6% dos profissionais que responderam ao inquérito exercerem no estrangeiro (tendo como base o número de profissionais com inscrição ativa na OMD).
O painel contou ainda com os médicos dentistas Carlos Saramago, Mário Rodrigues e Rita Cardoso Rocha e a consultora da Casa Civil do Presidente da República para a Juventude, Diálogo Intergeracional e Envelhecimento Ativo, Rita Saias.
O painel debateu uma série de temas, desde os motivos subjacentes à emigração, passando pelo funcionamento dos sistemas de saúde dos países de destino, pela saturação do mercado português, pela ausência de políticas para travar o fenómeno “brain drain” ou para incentivar o regresso destes profissionais e pelas perspetivas para o futuro da profissão em Portugal.