Um estudo conduzido pela Universidade de Gothernburg, na Suécia, para uma tese de doutoramento, revelou que os níveis de ansiedade dentária no país diminuíram significativamente nas últimas décadas. Cerca de 80,9% dos inquiridos não reportou ter ansiedade dentária, em contraste com os 38,5% da população adulta sueca num estudo similar em 1962, avança o Dental Tribune Internacional.
A ansiedade dentária foi reportada em 19,1% dos inquiridos: 4,7% afirma ter ansiedade severa, 4,5% ansiedade moderada e 9,8% categorizou que era baixa. A dor e a falta de controlo eram os fatores mais temidos relatados pelos participantes com ansiedade dentária severa.
Explicações para a diminuição
De acordo com a médica dentista responsável pelo estudo, Lisa Svensson, não existe uma resposta clara para a descida dos níveis de ansiedade. “Pode-se especular que os avanços técnicos e um maior foco nos valores subjetivos se desenvolveram na medicina dentária ao longo das últimas décadas, bem como uma maior aposta nos cuidados preventivos”, disse Svensson à DTI.
A população de hoje também tem uma melhor saúde oral do que a população de há 50 anos, o que resulta num tratamento dentário menos invasivo, e uma parte significativa da população também frequenta os cuidados dentários durante anos antes do tratamento ser necessário, o que pode prevenir a ansiedade dentária”, explica.
Quanto ao impacto da covid-19 na ansiedade dentária, Svensson indicou que ainda é cedo para determiná-lo. “O desenvolvimento da ansiedade dentária é um processo longo, mas os indivíduos que sofrem desta condição, muitas vezes, acabam por evitar os cuidados dentários, e a pandemia da covid-19 serve como desculpa para atrasar os tratamentos dentários necessários”, concluiu.
A investigação feita à escala nacional contou com a participação de 3 500 adultos aleatoriamente escolhidos e foi conduzida pela médica dentista, Lisa Svensson. A tese intitulada Dental Anxiety: Prevalence, Measurements and Consequence, pode ser consultada aqui.