Catarina Oliveira Martins, médica dentista com prática em periodontologia e implantologia, em Barcelona
Qual é a sua área de especialidade e porque é que escolheu essa área?
A minha área de especialidade é cirurgia e implantologia.
O gosto por esta especialização surgiu enquanto estava a terminar o Mestrado Integrado em Medicina Dentária. Foi aí que me apercebi que o que me dava mais prazer era a cirurgia e a reabilitação oral.
Como e quando é que surgiu a oportunidade de ir trabalhar para o estrangeiro? Onde trabalha neste momento e qual é o seu cargo?
No 5.º ano do mestrado, participei no programa Erasmus na Universidade de Barcelona. Quando terminei a minha dissertação, recebi propostas de trabalho em Barcelona, pelo que decidi ficar.
Neste momento, contínuo em Barcelona, a trabalhar como periodontologista, implantologista.
O que é que a fez tomar a decisão de ir para fora de Portugal?
Sempre adorei Espanha, especialmente Barcelona, e sabia que um dia ia viver aqui. Também acho que há mais oportunidades de trabalho.
Como é que é um dia de trabalho normal para si? O que faz?
Os meus dias são sempre muito preenchidos com cirurgias, alguns diagnósticos e também tenho casos de reabilitação oral.
Tem trabalhado muito em Espanha, mas fez alguma formação nos EUA. Que diferenças encontrou entre a escola europeia e americana?
Fiz uma formação na New York University. Uma das diferenças que encontrei foi relativamente à prótese sobre implantes: na Europa usamos mais frequentemente a prótese aparafusada e nos Estados Unidos utiliza-se mais a prótese cimentada.
Equaciona regressar a Portugal?
Eu nunca digo nunca, mas neste momento não tenho planos de voltar.
Que conselhos dá aos recém-licenciados que estão a ter dificuldades em ingressar no mercado de trabalho?
Aconselho a não terem receio de enfrentar desafios, e que devem priorizar experiências que os façam desenvolver o mais possível enquanto profissionais. Caso essa oportunidade não surja em Portugal, não devem ter medo de arriscar e de partir à aventura num novo país.
Como vê o estado atual da medicina dentária em Portugal e no mundo?
Na minha opinião, a medicina dentária em Portugal carece de uma entidade reguladora que possa melhor distribuir o número de profissionais pelas áreas de necessidade, e que ajude a combater a concorrência desleal, que acaba por prejudicar a área.
No mundo, falta equilíbrio. Há sítios muito desenvolvidos em que a população tem acesso a todo o tipo de tratamentos e há outros países em que as pessoas nem sabem o que é uma escova de dentes.
Falta promover mais a saúde oral, pois não deixa de ser saúde!